domingo, 12 de julho de 2009

Por quê o NASF??

Tem como responsabilidade central atuar e reforçar 8 diretrizes na atenção à saúde: a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, o território, a integralidade, o controle social, a educação permanente em saúde, a promoção da saúde e a humanização.

A equipe do NASF e as equipes da saúde da família criarão espaços de discussões para gestão do cuidado. Como, por exemplo, reuniões e atendimentos conjuntos constituindo processo de aprendizado coletivo. Desta maneira, o NASF não se constitui porta de entrada do sistema para os usuários, mas apoio às equipes de saúde da família e tem como eixos a responsabilização, gestão compartilhada e apoio à coordenação do cuidado, que se pretende, pela saúde da família da família.

Organização do processo de trabalho, nos territórios de sua responsabilidade, referido às ESF que a ele se vinculam e fazem a gestão do cuidado, priorizando:
• Atendimento compartilhado para uma intervenção interdisciplinar, com troca de saberes, capacitação e responsabilidades mútuas (estudo/ discussão de casos/situações, orientações, atendimentos em conjuntos);
• Encaminhamento de usuários/famílias para o Núcleo pela equipe de saúde da família, sendo realizada, necessariamente, uma discussão a priori entre os profissionais responsáveis pelo caso. (Atendimento individual em situações extremamente necessária pelo NASF).
• Ações comuns nos territórios de responsabilidade do NASF, sendo desenvolvidas de forma articulada com a ESF e outros setores públicos (exemplos: educação permanente, planejamento integrado, potencialização do uso de espaços públicos de convivência, ações focadas na inclusão social, enfrentamento da violência, educação popular em saúde, organização em rede intersetorial para a equidade e cidadania - escolas, creches, equipamentos da assistência social, etc -, trabalhos com grupos vulneráveis).

O NASF está dividido em oito áreas estratégicas sendo elas: atividade física/praticas corporais; práticas integrativas e complementares; reabilitação; alimentação e nutrição; saúde mental; serviço social; saúde da criança/ do adolescente e do jovem; saúde da mulher e assistência farmacêutica.

No que se refere a atuação dos profissionais, esta será realizada de forma ampla com ações especificas por áreas estratégicas e ações comuns de responsabilidade de todos os profissionais, a serem desenvolvidas em conjunto com as ESF e com a comunidade.

À atenção primária à saúde colocam-se alguns desafios, entre estes estão a ampliação progressiva de sua cobertura populacional e sua integração à rede assistencial. O NASF insere-se neste sistema buscando tanto o aumento de sua resolutividade quanto de sua capacidade de compartilhar e fazer a coordenação do cuidado compartilhando esses desafios com as ESF.

O que fazem nossos profissionais:

A ementa do NASF preconiza a atuação multiprofissional nas ações, favorecendo a efetividade do trabalho e da equipe:

“As ações de reabilitação devem ser multiprofissionais e transdisciplinares, provendo o desenvolvimento de responsabilidades compartilhadas no qual, por meio do entrosamento constante entre os diferentes profissionais, se formulem projetos terapêuticos únicos que considerem a pessoa, suas necessidades e o significado da deficiência no contexto familiar e social. Os resultados das ações deverão ser constantemente avaliados na busca por ações mais adequadas e prover o melhor cuidado longitudinal aos usuários.”
EDUCADOR FÍSICO
Em 2008, o Ministério de Saúde do Brasil, criou o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), a fim de ampliar as ações da Estratégia Saúde da Família (Brasil, 1994) por meio da inserção de outros profissionais de saúde, tendo entre estes o professor de educação física.

O papel do professor de educação física no NASF está definido com base o caráter estratégico relacionado à qualidade de vida e à prevenção do adoecimento, com desenvolvimento de atividades (práticas e/ou educativas) que atendam a toda comunidade adstrita, não restringindo o acesso apenas às populações já adoecidas ou mais vulneráveis (BRASIL, 2008).

Gomes (2007) reconhece que apesar das ações que já ocorrem por meio de iniciativas pontuais e promocionais em todo país, existe a necessidade de refletir sobre as questões metodológicas e pedagógicas para atuação do professor de Educação Física nas políticas públicas de saúde.

Reconhecemos que a possibilidade de ação do professor de educação física no NASF deverá estar alinhada com as estratégias e recomendações propostas pela promoção à saúde (BRASIL, 2002), para que assim sejamos capazes de refletir sobre as questões sociais, ambientais, culturais e psicológicas da população atendida. Diante da complexidade nas ações da saúde e as especificidades de cada profissional de saúde, caberá a cada um desenvolver a sensibilidade para uma atuação transformadora, autônoma e crítica da realidade, respeitando a integralidade de cada sujeito.

Mas, o que queremos com esta breve introdução é suscitar o dialogo de algumas estratégias e conceitos que são essenciais para compreensão do professor de educação física e sua atuação na saúde pública.

Portanto, temos como objetivo elucidar e refletir sobre a atuação do professor de educação física, reconhecendo as dificuldades que o SUS apresenta para efetivar a prática da promoção da saúde, partindo desde a formação dos profissionais (centrada na abordagem biomédica), até a atuação do professor de educação física que está fundamentada em mudanças comportamentais e no atendimento a grupos restritos.
*Motivos importantes para a prática da atividade física:
1 – Auto estima - A prática regular de exercícios aumenta a confiança do indivíduo.
2 – Capacidade Mental - Pessoas ativas apresentam reflexos mais rápidos, maior nível de concentração e memória mais apurada.
3 – Colesterol - Exercícios vigorosos e regulares aumentam os níveis de HDL (lipoproteína de alta densidade, o “bom colesterol”) no sangue, fator associado à redução dos riscos de doenças cardíacas.
4 – Depressão - Pessoas com depressão branda ou moderada, que praticam exercícios de 15 a 30 minutos em dia alternados, experimentam uma variação positiva do humor já após a terceira semana de atividade.
5 – Doenças Crônicas - Os sedentários são duas vezes mais propensos a desenvolver doenças cadíacas. A atividade física regula a taxa de açúcar no sangue, reduzindo o risco de diabetes.
6 – Envelhecimento - Ao fortalecer os músculos e o coração, e ao amenizar o declínio das habilidades físicas, os exercícios podem ajudar a manter a independência física e a habilidade para o trabalho, retardando o processo de envelhecimento.
7 – Ossos - Exercícios regulares com pesos são acessórios fundamentais na construção e manutenção da massa óssea.
8 – Sono - Quem se exercita “pega” no sono com mais facilidade, dorme profundamente e acorda restabelecido.
9 – Stress e Ansiedade - A atividade física libera os hormônios acumulados durante os momentos de stress. Também funciona como uma espécie de tranqüilizante natural – depois do exercício a pessoa experimenta uma sensação de serenidade.
NUTRICIONISTA
A inserção do Nutricionista no NASF surgiu com a necessidade crescente de resolver e/ou minimizar os problemas relacionados à má alimentação e nutrição da população assistida pelas equipes de saúde, tendo como proposta acolher,assistir e tratar o usuário inserido em seu contexto social, físico,emocional.
O nutricionista faz atendimentos a grupos de gestantes,adolescentes,hipertensos,diabéticos e idosos. A abordagem é feita utilizando materiais lúdicos além da incorporação novas técnicas como: alongamento, caminhada no espaço existente,em praças e outros espaços públicos, onde é possível abraçar árvores, ouvir os pássaros,apreciar a natureza e relaxar.
Em uma ciranda fala-se de alimentação, aleitamento materno, água , exercícios físicos e os perigos da medicalização. A bioenergética também é utilizada em prol do emocional, trabalhando em conjunto com os profissionais de psicologia.
Nas visitas domiciliares são observadas as necessidades do paciente e família, é realizada orientação alimentar e higiene. De acordo com a necessidade, faz-se articulação com a rede de parceiros e/ou referência para outros profissionais e serviços especializados,no intuito de minimizar a problemática do usuário.
FONOAUDIÓLOGO
O profissional de fonoaudiologia está presente em todos os segmentos da saúde, desde a baixa até a média e alta complexidade. Com a sua inserção no NASF a fonoaudiologia ficará cada vez mais reconhecida. O trabalho que o fonoaudiólogo realizará junto aos pacientes na atenção básica irá dar a dimensão da sua importância no dia-a-dia.

A prevenção realizada pelo fonoaudiólogo consiste em eliminar os fatores que interferem na aquisição e desenvolvimento dos padrões da fala, linguagem e audição .Com medidas de caráter amplo e especificas.

Na prevenção primária o fonoaudiólogo visa eliminar ou inibir fatores responsáveis pela ocorrência e desenvolvimento das patologias de comunicação através de medidas de ordem geral e de combate a determinadas patologias fonoaudiológicas especificas, podendo ser incorporadas de forma direta e indireta com estratégias de imunização, saúde ocupacional, educação nas escolas, aconselhamento genético, cuidados pré-natais, tratamento precoce, planejamento familiar, cuidados médicos contínuos, controle da qualidade ambiental, qualidade de vida, e uso de alimentos específicos.

O fonoaudiólogo deve atuar promovendo à saúde e a qualidade de vida como estratégias de prevenção de doenças junto de ações multiprofissionais. Ações como saúde da mulher, da criança, do adulto e do idoso de forma direta e indireta com essas populações. De forma direta realizando programas de orientação do desenvolvimento da linguagem, audição e das funções estomatognáticas (sucção, mastigação, deglutição, fonoarticulação e respiração), entre outras. Na forma indireta atuando na realização de diagnósticos e tratamento precoce em linguagem, motricidade oral, voz e audição.
ASSISTENTE SOCIAL
A inserção do serviço social no NASF deve se inserir com condições de trabalho e coerência com os princípios do SUS.

A intervenção do profissional deve potencializar a orientação social para ampliar o acesso dos usuários à política de saúde; com foco na mobilização e participação popular.

Essas ações remetem à ação direta na ESF, portanto precisam ser redefinidas na perspectiva de subsidiamento e apoio.

O assistente social deve:
  • * Coordenar os trabalhos de caráter social adstritos às ESF;
  • * Estimular e acompanhar o desenvolvimento de trabalhos comunitário em conjunto com as ESF;
  • * Discutir e refletir permanentemente com as ESF a realidade social e as formas de organização social dos territórios, desenvolvendo estratégias de como lidar com suas adversidades e potencialidades;
  • * Atender as famílias de forma integral, em conjunto com as ESF, estimulando a reflexão sobre o conhecimento dessas famílias, como espaços de desenvolvimento individual e grupal.

TERAPEUTA OCUPACIONAL (T.O.)

Os terapeutas ocupacionais estão plenamente habilitados a desenvolver atividades que permitam aos pacientes com algum tipo de deficiência resgatar o exercício de ações cotidianas. Atuando junto aos médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, os terapeutas ocupacionais auxiliam na reintegração social dessas pessoas.

A presença do terapeuta ocupacional nos núcleos vai promover a qualidade de vida e bem-estar da população atendida, além de possibilitar uma sibstancial diminuição dos gastos com a reinternação dos pacientes que não recebem o atendimento adequado ao voltarem às suas comunidades.

Ações do T.O.:

  • * Desenvolver ações conjuntas com as ESF visando ao acompanhamento das crianças que apresentam risco para alterações no desenvolvimento;
    * Realizar ações para a prevenção de deficiências em todas as fases do ciclo de vida dos indivíduos;
    * Acolher os usuários que requeiram cuidados de reabilitação, realizando orientações, atendimento, acompanhamento, de acordo com a necessidade dos usuários e a capacidade instalada das ESF;
    * Desenvolver ações de reabilitação, priorizando atendimentos coletivos;
    * Desenvolver ações integradas aos equipamentos sociais existentes, como escolas, creches, pastorais, entre outros;
    * Realizar visitas domiciliares para orientações, adaptações e acompanhamentos;
    * Capacitar, orientar e dar suporte às ações dos ACS;
    * Realizar, em conjunto com as ESF, discussões e condutas terapêuticas conjuntas e complementares;
    * Desenvolver projetos e ações intersetoriais, para a inclusão e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência;
    * Orientar e informar as pessoas com deficiência, cuidadores e ACS sobre manuseio, posicionamento, atividades de vida diária, recursos e tecnologias de atenção para o desempenho funcional frente às características específicas de cada indivíduo;
    * Desenvolver ações de Reabilitação Baseada na Comunidade - RBC que pressuponham valorização do potencial da comunidade, concebendo todas as pessoas como agentes do processo de reabilitação e inclusão;
    * Acolher, apoiar e orientar as famílias, principalmente no momento do diagnóstico, para o manejo das situações oriundas da deficiência de um de seus componentes;
    * Acompanhar o uso de equipamentos auxiliares e encaminhamentos quando necessário;
    * Realizar encaminhamento e acompanhamento das indicações e concessões de órteses, próteses e atendimentos específicos realizados por outro nível de atenção à saúde; e
    * Realizar ações que facilitem a inclusão escolar, no trabalho ou social de pessoas com deficiência.
    * Orientar busca vocacional para desenvolvimento de novos ofícios caso seja necessário;
    * Auxiliar nas orientações às equipes de Saúde da Família para identificação, abordagem e referência aos usuários com transtornos mentais, que necessitam de atenção especializada;
    * Desenvolver ações integradas para redução de riscos e danos aos grupos de maior vulnerabilidade (usuários de álcool, drogas e tabaco);
    * Fomentar a constituição e organizar espaços de reabilitação psicossocial na comunidade de forma intersetorializada (oficinas terapêuticas comunitárias e centros de convivência);
    * Estimular a formação de grupos de geração de renda e de trabalho;
    * Desenvolver ações de estimulação essenciais em crianças identificadas com problemas neuropsicomotores;
    * Implementar ações intersetoriais de atenção integral às crianças com atraso no desenvolvimento, distúrbios psicomotores e dificuldade de aprendizagem;
    * Desenvolver atividades laborais com mulheres da comunidade em situação de exclusão social, estimulando aprendizagem de novos ofícios, possibilitando a reinserção econômica e social;
    * Realizar atividades terapêuticas integradas e intersetorializadas que promovam a valorização da mulher.
    * Elaborar diagnóstico terapêutico ocupacional, compreendido como avaliação cinético-ocupacional, sendo esta um processo pelo qual, por meio de metodologia e técnicas terapêuticas ocupacionais, são analisadas e estudadas as alterações psico-físico-terapêuticas ocupacionais;
    * Prescrever, baseado no constatado na avaliação cinético-ocupacional, as condutas próprias da Terapia Ocupacional, qualificando-as e quantificando-as;
    * Elaboração de testes específicos para avaliar níveis de capacidade funcional e sua aplicação;
    * Adaptação ao uso de órtese e próteses, bem como confecção das mesmas, quando observada a necessidade do cliente, ampliando seu desempenho funcional;
    * Reavaliar sistematicamente o cliente para fins de reajustes ou alterações das condutas terapêuticas próprias empregadas, adequando-as à evolução da metodologia adotada;
    * Desenvolver trabalho de prevenção no que se refere a programas ligados a doenças crônicas e/ou que, comprovadamente, deixem seqüelas funcionais;
    * Projetar, dirigir ou efetuar pesquisas na área de abrangência da Terapia Ocupacional, promovidas por entidades públicas, privadas, autárquicas e mistas;
    * Dirigir serviços de Terapia Ocupacional em estabelecimentos públicos, autárquicos e mistos;
    * Supervisionar alunos em trabalhos teóricos e práticos em Terapia Ocupacional;
    * Assessorar órgãos e estabelecimentos públicos, autárquicos ou mistos no campo da Terapia Ocupacional;
    * Dar parecer terapêutico ocupacional nas áreas de sua abrangência;
    * Participar de equipe multidisciplinar no processo de recuperação e inserção social do cliente;
    * Participar de equipe de diagnósticos, quando na atuação em Saúde Mental;
    * Participar da equipe de orientação e planejamento escolar, inserindo aspectos preventivos, adaptativos e de inserção de portadores de deficiência;
    * Executar outras tarefas correlatas a sua área de competência.

Atividades a serem priorizadas:

  • * Atividade Física com grupos de terceira idade, jovens e adultos;
    * Grupo de crianças com problemas de hiperatividade e outros, acompanhados por todos os profissionais;
    * Acompanhamento de pacientes domiciliares sem condições de locomoção por todos os profissionais;
    * Palestras nas Escolas sobre temas ligados a saúde com o intuito de prevenir determinadas doenças e agravos;
    * Trabalho nos Distritos. De início com todos os profissionais, através de grupos de terceira idade, jovens, crianças, professores, pais de alunos e gestantes fomentando os cuidados de prevenção em saúde através da difusão de informações;
    * Atuação em campanhas como as da dengue, saúde do idoso e da mulher;
    * Atendimento com todos os especialistas através de referências das Equipes de Saúde da Família de todo o Município.

sábado, 11 de julho de 2009

Objetivos a serem alcançados:

  • * Fortalecer o trabalho das Equipes de Saúde da Família (ESF) do município de Icó;
  • * Melhorar a qualidade e resolutividade da atenção básica de saúde local;
  • * Ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica apoiando o processo de territorialização e regionalização em Icó;
  • * Instituir a plena integralidade do cuidado físico e mental aos usuários do SUS por intermédio da qualificação e complementaridade do trabalho das ESF;
  • * Fortalecer a epidemiologia e a tomada de decisão do Município;
  • * Fomentar a interdisciplinaridade das ações básicas de saúde.